sábado, 31 de agosto de 2013

Killer Joe (2011)


de William Friedkin
Mathew McConaughey 
Emile Hirsch
Thomas Haden Church
Gina Gershon
Juno Temple.

Sinopse : Chris (Emile Hirsch) é um traficante de droga que ameaçado para liquidar as dividas, convence o pai (Thomas Haden Church) e o resto da familia a contratar os serviços de Joe (Mathew McCounaghey) para assassinar a sua mãe. Ao ficar com o seu seguro de vida, cujo o unico beneficiário é a irmã Dottie (Juno Temple) pode liquidar as suas dividas e salvar a sua vida. 

Killer Joe é o ultimo filme de William Friedkin, um realizador que depois de Bug volta a unir-se a Tracy Letts e adaptar a sua primeira peça ao cinema, que a meu ver funciona como um "southern fairy tale" uma subversão amoral do conto da Cinderela. O ponto forte do filme é o argumento que no terço final do filme adquire uma maior intensidade teatral na forma como as palavras são interpretadas. Quando o filme se fecha num unico espaço é onde o filme explode de vida, a tensão fica ao rubro e os actores entregam-se ao exagero kitsch dos seus personagens, tornando o twist final em algo perfeitamente equiparável a um filme de Tarantino.


A premissa do filme acaba por ser o menos interessante do filme e sim a interacção entre as personagens. Nesse aspecto Mathew McConaughey destaca-se, pois dá a sua personagem o magnetismo necessário para ser ameaçador (na cena do jantar) e empatico (nas cenas com Juno Temple), sem recorrer a qualquer tipo de overacting. É uma interpretação complexa que poderia cair no exagero e já vimos actores a serem galardoados por muito menos. O resto do elenco cumpre a tarefa, Gina Gershon tem aqui um papel humilhantemente corajoso, Haden Church é hilariante e tanto Hirch como Temple cumprem.

Acaba por ser frustante que este filme tenha sido um fracasso comercialmente e apesar da coragem dos actores e do realizador, os seus esforços não tenham sido devidamente recompensados. No entanto se analisarmos as tendencias dos ultimos anos, verificamos que projectos marginais como este estão dependentes de dois factores: aclamação crtica vs politica de distribuição e divulgação do próprio filme.
Sendo que a "marca" William Friedkin pertence aos anos 70 com os eternos The Exorcist e The French Connection, sem nunca mais ter atingido um grau semelhante de sucesso critico e comercial. Com uma carreira de altos e baixos é perfeitamente natural que a sua influência esteja desvanecida dentro da industria, que aliado ao aliado ao conceito do próprio filme aumentam a probabilidade da sua marginalização em prol de projectos mais convencionais.


Eventualmente Killer Joe, encontrará o seu fenómeno de cult movie e vai adquirir uma identidade de um filme deslocado do seu tempo, um exercicio de trash cinema, que infelizmente para os padrões de hoje em dia são apelidados de OVNIS cinematográficos. Hajam mais como este.´´

´




Sem comentários:

Enviar um comentário