domingo, 18 de agosto de 2013

Dans la Maison (2012)



de François Ozon 
Fabrice Luchini
Ernst Umhaeu
Emmanuelle Seigner
 Kristin Scott Thomas
Denis Menochet
Bastian Ughetto 


Big Brother is not watching, but writting about you...


Dans la Maison é reflexo da maturidade de François Ozon como cineasta. Ele é como Claude, um promissor talento que está a aprimorar a sua técnica em busca da perfeição, manupulador e sabendo-se posicionar como pupilo e surpreender em determinados momentos. Vejam o papel do professor Germain como todos os mestres que o influenciam e o moldaram como cineasta: Hitchcock, Cukor ou então Woody Allen. Eles estão lá, dão o seu contributo, mas em Dans la Maison, Ozon afirma-se como mestre do seu cinema e tal como Claude, arquitecta a narrativa, manipulando as personagens e manipulando-nos.

A história é muito simples: Germain, um professor de francês manda um trabalho para os alunos relatarem os seus fim de semana. No meio da progressiva mediocridade dos trabalhos, depara-se com o Trabalho de Claude, onde ele relata o dia-a-dia da família Artole. O tom condescendente, a descrição detalhada e sarcástica suscitam a curiosidade voyeurista do professor e da sua mulher que aos poucos vão sendo atraídos pela narrativa.

 O professor vê em Claude o potencial que nunca teve e tenta- o desenvolver e Claude por sua vez vê a oportunidade de descrever algo que sempre teve curiosidade em conhecer. Ele é criador, manipulador e sobretudo explorador daquele microcosmos que até aquele momento estaria alheio e Dans la Maison é sobretudo a celebração do cinema de Ozon: A comunhão entre comédia, sarcasmo, melodrama e suspense, tudo olhado de forma equilibrada e com a mestria de um realizador que já nos deu pérolas como Sob a Areia, 8 Mulheres ou Swimming Pool.

Na dinâmica entre professor – aluno, analisa-se a evolução de um cineasta que sempre viu-se subjugado à incapacidade de transcender as influencias que cita, mas que tal como Claude manipula-as e em certa forma acaba por se afirmar com bastante mestria superior às mesmas. Aliado a interpretações muito sólidas de todo o elenco, Ozon oferece uma obra assustadoramente simples com várias camadas para interpretação.

Poderia-se analisar a história frame por frame e continuaríamos a estar perante uma narrativa singular. Mas o fascínio deste filme vai além de uma casa e das suas personagens, mas sim para quem observa. Da mesma forma que Claude e Germain terminam o filme observando potenciais narrativas, Ozon também observou e manipulou-nos como o rapaz na ultima fila.

Sem duvida um dos melhores deste ano.



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