Zac Efron
Nicole Kidman
Mathew McCounaghey
Macy Gray
John Cusack
Um exercicio invulgar de excessos onde as cenas chave roçam o campy, o mau gosto, o hilariante ou até o desconfortavel, estamos perante um dos melhores filmes que apareceram em 2012.
Um dos pontos fortes do filme é a fotografia de Roberto Schaefer que transporta-nos directamente para aquele universo pantanal sulista, utlizando uma imagem suja, como um dos primeiros filmes de John Waters ou um filme porno dos anos 70. Depois temos um elenco que entendem o passado das suas personagens, as situações a que são submetidas e onde estão inseridas. Entre as cenas de humor e de completa humilhação, a linguagem de The Paperboy é tão in your face que é impossível de ficar indiferente, mas é nos momentos mais raunchy que as personagens tornam-se mcrivelmente terrenas.
Nesse aspecto temos que admirar o trabalho dos actores e de entrega às suas personagens. Tanto Charlotte Bless como Ward Jensen são facilmente personagens que poderiam cair no ridiculo, mas com a composição de Nicole Kidman como de Mathew McCounaghey tornam-se em personagens de elevada dimensão humana.Também John Cusack nunca foi tão ameaçadoramente bom como aqui em The Paperboy e tanto Zac Efron como Macy Gray cumprem com as especificações que os seus papéis exigem.
O problema de The Paperboy é que o lado excessivo é levado a sério, de forma fria e crua, mesmo nos momentos mais descontraídos, enquanto que habitualmente esse lado mais campy seria levado com o tom ligeiro quase cartoonesco.Percebe-se porque é que Pedro Almodóvar esteve associado a este projecto. Existem elementos que pertencem ao seu cinema, mas Lee Daniels incorpora outras referencias, de Tarantino a Alan Parker, The Paperboy é um objecto fascinante, impar e cuja a própria negligencia tanto crítica como comercial apenas aumentará o seu factor de culto.
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