de François Ozon
Melvil Poupaud,
Jeanne Moreau,
Valeria Bruni Tedeschi
Nesse aspecto, temos que agradecer a Melvil Poupaud que constrói uma personagem carismática que evita o overacting e o excesso de dramatismo. A personagem de Romain é uma miríade de emoções reprimidas que estão em constante conflito com a inevitabilidade do seu destino e a nostalgia das suas recordações. Quando Romain vê o seu futuro segmentado a uns meros meses, ele começa um processo de isolamento e de instropecção, na qual começamos a perceber ou a criar empatia com o seu lado mais arrogante e agressivo. Romain continua o mesmo, apenas transforma-se aos nossos olhos. Não diria que estejamos perante um caso de indulgent self pity, mas sim de um exemplo mais naturalista de character development que só François Ozon sabe fazer. É na cena com Jeanne Moreau que percebemos que é um elemento não entendido da família e que tal como ela, o futuro é uma perspectiva a curto prazo, algo que destoa completamente dos restantes membros da familia François Ozon está confortável nestas águas, é a sua assinatura como autor, mas como os seus restantes filmes, existe material mais que suficiente para elevar o seu potencial. Em Le Temps qui reste, o problema reside num esquematismo do argumento que existe no ultimo terço final, onde a personagem de Valéria Bruni Tedeschi surge de forma conveniente para conceder ao protagonista uma forma não de se redimir, mas para tornar o seu destino menos fatalista. Faltou a Temps qui Reste arriscar um pouco mais
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