terça-feira, 27 de setembro de 2016

The Servant (1963)


de Joseph Losey
Com Dirk Bogarde,Sarah Miles, James Fox e Wendy Craig

Sinopse: James Fox é Tony, um abastado londrino contrata Barrett (Dirk Bogarde) para seu criado. Tudo corre exemplarmente bem com a excepção de Susan(Wendy Craig), namorada de Tony que suspeita de Barrett e das suas motivações. Com a introdução de Vera (Sarah Miles) como irmã de Barrett, o jogo começa a ser manipulado, onde os papeis de mestre e criado vão conhecer uma inesperada inversão.



Sendo a primeira colaboração do realizador norte-americano erradicado em Londres com Harold Pinter, The Servant oferece uma irónica crítica à justiça social e um sadismo na sua inversão de papeis na forma como o poder é obtido através da total dependência. O filme é exemplarmente realizado, Losey tem uns movimentos de camera fabulosos e a narrativa beneficia com takes longos que só trazem maior envolvência ao filme.
Algo irresistivel neste filme é identificarmos em várias linhas de dialogo em olhares e expressões dos protagonistas, uma linguagem gay que não é assim tão subliminar quanto isso :Logo a começar com a entrevista entre Tony( James Fox) e Barrett ( Dirk Bogarde), num registo quase de insinuação, o poder que Barrett vai exercendo em Tony, uma forma de submissão deste ultimo. Ou mais interessante ainda a forma como Susan vê em Barrett uma ameaça ao seu relacionamento com Tony, uma vez que está sempre omnipresente e a influência que este tem sobre Barrett.
Aliás a cena final da festa, completa a submissão total de Tony a Barrett, o beijo entre Susan e Barrett é como um reconhecer da derrota da sua ex-namorada, a humilhação de Susan perante um mero criado, ou subliminarmente o eventual reconhecimento da homossexualidade de Tony.
Pessoalmente considero esta linguagem subliminar bem mais apelativa do que os produtos que temos hoje em dia que salvas excepções não são passiveis de ambiguidades e interpretações diversas. Por muitos defeitos que tenha tido "The Hays Code" devo dizer que foi neste periodo em que apareceram as obras intelectualmente mais estimulantes do cinema LGBT. Absolutamente imperdivel.




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